Questões testo sobre o seguinte texto O que você sabe sobre essas religiões e sobre a diversidade cultural asiática? A existência de crenças tão variadas pode gerar tensões entre diferentes povos? Neste capítulo, você conhecerá as principais características da população da Ásia. Vai entender também algumas das causas dos conflitos que ocorrem na região. Nos séculos XIX e XX, a Ásia foi alvo de exploração pelas nações desenvolvidas, que necessitavam de mercados consumidores e de fornecedores de matéria-prima devido à expansão do capitalismo industrial. Assim, Estados Unidos, Japão e alguns países europeus colonizaram várias regiões do continente asiático. Somente ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a maioria das colônias asiáticas conquistou a independência política, sobretudo em razão das dificuldades econômicas enfrentadas pela Europa. Já no final do século XX, em outro contexto geopolítico mundial, mais mudanças ocorreram na configuração política da Ásia. Com o desmembramento da então União Soviética, em 1991, formaram-se diversos países independentes, como o Cazaquistão e o Uzbequistão. Com uma população que se aproxima dos 4,8 bilhões de habitantes – cerca de 60% da população mundial – e grande diversidade histórica, cultural, econômica e social, a Ásia é o continente mais populoso (e também mais extenso) do mundo. A população, no entanto, não está igualmente distribuída devido a fatores econômicos e naturais, como clima, relevo e hidrografia. Áreas desérticas e montanhosas geralmente possuem baixa densidade demográfica. Já nas áreas cortadas por grandes rios e nas regiões litorâneas, encontram-se as maiores concentrações populacionais. Os recursos hídricos do continente também estão distribuídos de maneira irregular pelo território. Por isso, mostram-se insuficientes para atender a uma população tão grande. O cenário é agravado pelo modelo de consumo não responsável que acontece em algumas regiões, nas quais os recursos, muitas vezes, são desperdiçados e contaminados pela falta de infraestrutura com sistema de esgoto, impedindo a utilização de muitos rios e outros cursos-d'água pela população. Os países da Ásia têm desenvolvimento social desigual. Nos países envolvidos em conflitos, com economias instáveis, a tendência é que os indicadores sociais sejam mais baixos, pois eles têm pouca capacidade de atrair investimentos estrangeiros. Esse é o caso da Síria. Já países com economia sólida, como o Japão, apresentam melhores indicadores socioeconômicos. Os que são ricos em petróleo, como os Emirados Árabes Unidos, apresentam um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) elevado, mas a renda não é igualmente distribuída por toda a população. Já a Índia possui um IDH considerado médio e está entre as dez maiores economias do globo; porém, o passado colonial britânico e a estrutura social rígida de castas contribuem para a desigualdade social. Veja, na tabela a seguir, o IDH de alguns países asiáticos. A Índia e a China são os países de maior população absoluta do mundo. Com mais de 1,4 bilhão de habitantes cada um, esses dois países juntos possuem cerca de 35% da população mundial. Desde sua independência do domínio colonial britânico, em 1947, a Índia tem passado por um acelerado processo de urbanização, que vem transformando as cidades em grandes metrópoles. Nelas, cresce uma classe média com razoável poder aquisitivo, tornando o país um dos principais mercados emergentes do mundo. Contudo, cerca de 70% dos indianos ainda vivem no campo. Nas últimas décadas, a economia indiana vem apresentando grande crescimento, entre 6% e 9% ao ano. No entanto, esse avanço não se reflete de forma expressiva na qualidade de vida da maioria da população. Como você viu, no ranking do IDH mundial de 2022, que inclui um total de 191 países, a Índia aparece em 132º lugar, com índice de 0,633. Ressaltam-se, ainda, as expressivas desigualdades sociais presentes em seu território, além da ausência de infraestruturas básicas para grande parte da população, como saneamento. A China é o terceiro maior país em extensão territorial e ocupa, atualmente, o posto de segunda maior economia mundial. A quantidade de trabalhadores na China e o mercado consumidor promissor foram alguns dos fatores que contribuíram para o grande desenvolvimento econômico chinês, impulsionando investimentos estrangeiros. Esse desenvolvimento fomentou a urbanização do país e o crescimento de megacidades, gerando desafios urbanos, especialmente no âmbito de habitação. Para controlar o crescimento populacional, o governo implantou, na década de 1970, uma política de controle de natalidade apelidada de “política do filho único”. Cada casal chinês tinha direito a ter apenas um filho, pagando multas caso ultrapassasse essa cota. Essa política causou descontentamento na população e acabou gerando o abandono de muitas crianças, sobretudo meninas, pois a cultura chinesa tende a valorizar filhos homens. Também ocorreu uma mudança na situação demográfica do país, com aumento do número de idosos e baixa reposição populacional, causando redução no número de jovens e adultos. Assim, em 2015, essa lei foi modificada e passaram a ser permitidos até dois filhos por família. Já o Oriente Médio é ocupado por diferentes povos, como árabes, persas, turcos, judeus (concentrados no Estado de Israel), entre outros, com diferentes idiomas, religiões, costumes e tradições. A região é berço das três maiores religiões monoteístas – cristianismo, islamismo e judaísmo –, com predomínio da religião islâmica, exceto por Israel, cuja religião predominante é o judaísmo. Outras partes da Ásia também apresentam diversidade nas religiões praticadas por seus habitantes. Na Índia, por exemplo, o hinduísmo é a religião praticada por cerca de 80% da população. No Japão, muitas pessoas praticam mais de uma crença, sendo o xintoísmo e o budismo as principais. A Rússia também é um país onde não há predomínio de apenas uma religião, pois, apesar de 50% da população seguir a Igreja Ortodoxa Russa, há grande expressividade do islamismo. Já no Camboja, quase toda a população é budista. Budismo O budismo não é considerado, por seus praticantes, uma religião, e sim uma filosofia. Ele se originou no norte da Índia, entre os séculos V e IV a.C., com os ensinamentos de Buda, registrados no Sutra, escritura sagrada para os budistas. Os costumes budistas são baseados em três pilares: o Buda como guia espiritual; a Sangha, a comunidade; e o Dharma, que é o conjunto de ensinamentos baseados na natureza e no universo. Para os budistas, os seres humanos morrem e reencarnam até atingirem a completa iluminação espiritual. Com o objetivo de atingir essa iluminação, os seguidores do budismo meditam, praticam o bem e se desapegam de bens materiais. Xintoísmo O xintoísmo também não é totalmente considerado uma religião, mas uma forma de viver. Os primeiros registros xintoístas datam do século VII, mas as evidências históricas são de épocas anteriores. Os xintoístas cultuam os Kami, que, muitas vezes, são traduzidos como divindades, mas podem assumir outras definições, como forças vitais ou espíritos da natureza. Não há códigos morais concretos no xintoísmo; o que deve ser seguido é o respeito pela natureza e pelo próximo. Judaísmo O judaísmo, uma das primeiras religiões monoteístas estabelecidas, é a crença mais antiga ainda praticada nos dias atuais. Surgiu no Oriente Médio, há cerca de quatro mil anos, quando, segundo a tradição, Abraão recebeu um chamado divino para estabelecer a terra de Canaã, atual Israel. Os judeus baseiam-se na Torá, seu livro sagrado, que compreende os cinco primeiros livros da Bíblia cristã (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio). Entre seus costumes, o sábado é dia de descanso e oração, por isso, nesse dia, nenhum judeu pode trabalhar ou exercer atividade que não seja para o crescimento espiritual. Hinduísmo Religião presente na sociedade indiana desde o século XV a.C., o hinduísmo baseia-se na crença em vários deuses e no respeito à tradição. Os hindus possuem diversos escritos sagrados para a prática da vida religiosa (Dharma). Os principais deuses, os quais compõem uma tríade divina, são: Brahma, considerado o criador, a essência universal; Shiva, o princípio destruidor e criador ao mesmo tempo; e Vishnu, o princípio protetor e preservador. Com base no hinduísmo, a sociedade indiana é estruturada pelo sistema de castas, que, embora tenha sido abolido pela Constituição de 1950, continua a vigorar. Segundo esse sistema, as castas são hereditárias e definem a vida do indivíduo desde seu nascimento, categorizando a posição social, o local de moradia, a profissão e o casamento. Ou seja, uma pessoa nasce com um status determinado na sociedade e não pode alterá-lo ao longo de sua vida, pois, de acordo com o hinduísmo, ele foi designado pelos deuses. Com esse sistema, vem se perpetuando a segregação e a desigualdade entre os indivíduos na sociedade indiana. Islamismo O islamismo é uma religião monoteísta que foi fundada no século VII pelo profeta Maomé. Depois da morte de Maomé, em 632 d.C., os muçulmanos empreenderam guerras para disseminar o islamismo, formando um vasto império. Remonta a essa época a origem das duas principais vertentes do islamismo: sunitas e xiitas. Hoje, os sunitas representam a maioria dos muçulmanos, constituindo 85% do total. A religião islâmica é a que mais cresce no mundo em quantidade de seguidores; atualmente, conta com mais de 1,8 bilhão. O número atual de muçulmanos ultrapassa o de católicos, mas permanece menor que a soma de cristãos (católicos, protestantes e ortodoxos). Após a independência da Índia do domínio britânico, em 1947, houve desmembramento do território do país, dando origem ao Paquistão, de maioria islâmica – enquanto, do lado indiano, predominam os hindus. No norte da Índia, na região da Caxemira, porém, predominam muçulmanos, o que fez os paquistaneses reivindicarem a região, gerando conflitos com a Índia. Esta, por sua vez, exige paquistão